quinta-feira, 12 de março de 2015

Momento de Solidão


Algumas pessoas não entendem a real necessidade que alguns indivíduos têm de ficar sozinhos. 
Por quê?
Por que para alguns ficar sozinho é algo ruim? 
Há quem ache que o desejo pela solidão significa depressão. 
Nunca entendi essa necessidade que as pessoas têm em sempre ficarem rodeadas de gente, de achar terrível o simples fato de ficar sozinhas. Àqueles que se acham tão autossuficientes, mas não conseguem passar uma tarde sem ninguém por perto além de si mesmo.
Eu adoro ficar perto daqueles que amo, não há nada melhor do que rir, chorar, conversar ou simplesmente ficar quieto na companhia daqueles que lhe faz bem.  
Mas além da companhia daqueles que amo, também adoro a minha companhia. Ficar comigo mesma, ouvir meus pensamentos e debater sobre eles com a pessoa que melhor os entenderá. EU.
As poucas vezes em que externei pensamentos do tipo recebi olhares atravessados e fui tida como louca. 
Serio? 
Por que o ser humano precisa tanto de alguém? Por que não consegue se sentir completo com a sua própria companhia, nem que seja por um período de tempo ínfimo? Por que tenho que esconder a vontade de viajar sozinha ou ter vergonha de dizer que estava passeando e resolvi ir ao cinema sozinha sem ouvir "nossa, mas por que não chamou ninguém? Que coisa mais triste" Ou "sério? Que coisa horrível viajar sozinha?".
Sinceramente? 
Sinto pena de quem pense assim, de quem não sabe o que é sentar em uma cafeteria e ficar a tarde olhando as pessoas indo e vindo, a chuva começar e parar. Rodeada de gente, porém sozinha com seus pensamentos. Ou simplesmente sair de casa e andar sem rumo até cansar e voltar. Ou ver um filme na quietude da própria companhia. Não há nada mais relaxante. Ainda mais se um desses momentos solitários for seguido de um momento com alguém agradável. Você se conhece, você se gosta, você se entende. 
Não há nada demais em tirar uma tarde só. Não quer dizer que você é um recluso ou não gosta da companhia dos outros, até porque esses momentos são ocasionais, esparsos, de certo modo. 
Então pegue um livro, sente em um café, numa praça, leia, observe pessoas. Olhe ao seu redor. Crie histórias, viva e se aceite para ser aceito. 

Foi em uma dessas tarde, com um café na mão e a chuva lá fora que comecei a escrever.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Escrever


A melhor forma de você extravasar, na minha humilde opinião é escrever. Afinal, é escrevendo que você consegue por suas ideias em ordem.
Nem sempre você realmente sabe o que está sentindo até por aquilo no papel, nem sempre o que está dentro de você é claro o suficiente para entender até que aquilo esteja aqui fora.
Às vezes você está não brava, tão nervosa, já engoliu várias coisas que se você for falar, se for botar tudo pra fora, você vai acabar falando coisas sem pensar, vai acabar magoando alguém. E por mais que esse alguém mereça ouvir tudo o que você tem pra falar, mereça sentir metade ou até mais do que você sentiu durante todo o tempo em que você engoliu essas coisas, esse nunca é o caminho certo.
Eu sempre pequei em falar o que me vem à cabeça, sempre pequei na sinceridade extrema, mas às vezes ela é tão necessária! Só que aí eu me lembro de que nem todos são como eu, nem todos são insensíveis o suficiente para ouvir, absorver e considerar. As pessoas choram, as pessoas se fazem de vitimas e o vilão quem é? O insensível. Aquele que a única coisa que fez foi dizer a verdade, dizer o que sente e pensa. E há aqueles que não estão prontos o bastante para enfrentar o que você sente, pois muitas vezes os sentimentos deles refletem nos seus e assumir tais sentimentos não é fácil, requer mais coragem do que a pessoa está disposta a ter.
Afinal, o cômodo é sempre o escolhido, o fácil é sempre o melhor. Porque esquentar a cabeça se empurrar pra baixo do tapete é mais conveniente?! Fingir que nada aconteceu depois de um tempo é sempre melhor do que enfrentar aquilo que o incomoda.
Por isso que quando a sanidade me permite, eu escrevo, quando eu paro e penso antes de falar, eu considero e escrevo. Também ajuda quando há alguém muito mais nervoso do que eu sobre o mesmo assunto e o que cabe a mim é acalmar a pessoa.
E quando escrevo, boto tudo pra fora. Engolir dá câncer, não pretendo morrer tão cedo, eu preciso viver, não é?
Coragem é algo essencial no caráter de uma pessoa, não é o que o define, mas é algo importante, você precisa de coragem para viver no mundo de hoje, você precisa de coragem para enfrentar os obstáculos que se impõe no caminho. E se você não a tem para a simples atitude de dizer o que sente para aqueles que você ama então me desculpa, mas covardia não é algo que eu aprendi a considerar na minha criação.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Comparação


Comparar as pessoas nem sempre é algo bom. Comparar relacionamentos então é péssimo. Você não pode simplesmente olhar para a pessoa que você esta e ficar pensando sobre como era com seu (a) ex. Ninguém merece isso, ninguém merece ser comparado. Mas às vezes isso chega a ser inevitável. Quem nunca passou por isso que jogue a primeira pedra. Quem nunca, no meio do beijo, no meio daquele amasso, ate mesmo do sexo, não pensou “com fulano era diferente”.
Muitas vezes essa comparação, é pura insatisfação ou medo. Muitas vezes você passa a procurar a outra pessoa dentro daquele beijo, daquele abraço. E mais uma vez repito: Ninguém merece ser comparado. Ninguém é igual a ninguém, as pessoas não podem simplesmente procurar algo de uma pessoa em outra. Não podem procurar algo de um relacionamento em outro. Partam do principio de que se aquele relacionamento não deu certo, então você não pode querer outro igual, não pode procurar nada que teve naquele no que está tendo agora. Não faz bem pra você e nem pro seu parceiro. Não vai dar certo, esqueça! Vire a página, comece outro capitulo outro livro!
Mas aí você esta só. E você gosta de estar só. E começa com seus pensamentos confusos e aéreos até parar naquelas pessoas que já estiveram na sua vida. E lá vem a comparação. Você começa a analisar seus gestos, atos e sentimentos. Você começa a ver que nem tudo era como tinha certeza. Seus sentimentos não eram tão loucos e intensos como você pensava. Aí, como se uma bigorna (aquela do papa léguas) caísse na sua cabeça, você se dá conta que não era amor. E ri. Ri do quão tola e sentimental fora. Ri das lágrimas que deixou cair. E ri porque sabe que irá acontecer novamente, sabe que vai confundir sentimentos novamente, que vai considerar uma simples paixão, uma química forte por alguém com amor. Sabe que também vai se doar por inteiro num amor de verdade e que se não tiver cuidado irá cair novamente.
Nessa comparação toda você se dá conta que certas coisas têm de acabar, afinal, você tem que crescer, tem que ver que alguns atos e gestos não lhe fazem bem e, mais uma vez, você precisa de outro livro.
Comparações também servem para você se conhecer. Conhecer seus sentimentos, suas atitudes perante certas pessoas. Serve para você seguir em frente quando é necessário.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Ler








Eu tenho uma amiga que sempre que nos encontramos ela pergunta “E aí, o que você está lendo agora?”

Eu posso não amar alguém em especial, não ter uma grande paixão, um amor pra chamar de meu e ter devaneios em um mundo rosa e perfeito. Porem, tenho algo o qual serei eternamente apaixonada, algo que nunca deixarei de lado e, ao contrario desses casais apaixonados, desses mundos perfeitos que eles idealizam, será minha companhia até meus últimos dias.

Os livros.

Até passo a agir como uma boba apaixonada com meus livros. Tenho ciúmes, cuido, brigo, abraço, quando ganho um novo meus olhos brilham e eu não consigo largá-lo até ler cada palavra. Muitas vezes, dependendo do livro, leio uma, duas, quantas vezes for.

Há quem já tenha me chamado de estranha por largar tudo para apenas ler. Já fui criticada, zombada, esquecida, mas hoje já não me importo com o que acham sobre meu amor pela leitura. Essas pessoas, que não entendem como alguém consegue ler tantos livros sem cansar não merecem ser levados em consideração. Pode parecer arrogância, mas para mim, quem não gosta de ler não faz bom proveito daquele órgão situado em nosso crânio.

Posso não ter um amor em um mundo cor de rosa, mas nos meus livros eu encontro vários mundos, rosa, azul, roxo, verde, amarelo trumeral. E não me canso. Eu leio para sair da minha realidade, para esquecer os meus problemas. Abrir um livro é como abrir uma porta para um mundo novo, desconhecido, um mundo o qual você quer entrar cada vez mais fundo para descobrir seus segredos e mistérios.

Neles, podemos conhecer países, civilizações, entrar em um castelo onde os quadros se mechem e as gárgulas falam, ir ao céu ao lado de um anjo, desvendar assassinatos com um importante detetive inglês, conhecer as coisas mais sórdidas daquele seu ídolo, encontrar um Brasil devastado por uma praga, ir ao Coliseu atrás de uma bomba, rir com as histórias do Chicó, se apaixonar varias e varias vezes.

Quer me ver feliz, me deixe uma tarde em uma livraria, com uma poltrona confortável e algo para beber. Comente comigo sobre aquele personagem, me indique novos mundos.

Pode me chamar de nerd, mas não ligo. Há pessoas que procuram os meios mais absurdos e doentios para fugir de seus problemas. Eu só abro um livro.

Sinceramente, não sei como ainda existem pessoas que não gostam de ler.

domingo, 28 de agosto de 2011

Tired

Sabe aquela sensaçao de cansaço?
Não cansaço físico, nem mental, mas sim emocional?
Pois é, eu simplesmente cansei dessa situação, cansei de estar sozinha. E não sozinha sozinha, afinal tenho varias pessoas que amo ao meu redor, mas sozinha sem aquela pessoa.
Cansei de ver casais felizes e apaixonados, comemorando datas, rindo e até brigando. Cansei de não ter alguém com quem discutir o programa de fim de semana, cansei de não ter alguém com quem sonhar e concretizar esses sonhos. Cansei de ficar sozinha numa tarde de domingo e não ter pra quem ligar e chamar pra vir fazer nada comigo. Cansei de relações vazias e sem compromisso.
Simplesmente cansei.
Será que é tão errado escolher a pessoa certa?
Será que pelo menos uma vez na vida eu não consigo ser capaz de escolher a pessoa certa? Aquela que ficará comigo, que me corresponderá?
Estou tão cansada, tão exausta e sem forças que já não sei o que fazer.
Não quero mais procurar, não quero mais essa solidão, não quero mais me desiludir, não quero mais gostar de quem não foi destinado a mim, não quero mais ser covarde, não quero mais sonhos que acabam ao amanhecer, não quero mais ficar só. É crime?
Isso cansa.

sábado, 23 de julho de 2011

Inércia

“Melhor se arrepender tendo feito algo, do que ficar arrependido pela oportunidade perdida”
Tenho quase certeza de que a maioria dessas frases de efeito, repletas de conselhos de auto ajuda foram escritos por pessoas que fizeram exatamente o contrário do que estão aconselhando. Pessoas que não fazem a mínima idéia de como é fazer aquilo o que dizem para os outros fazer. Pessoas que não sabem exatamente o quanto é difícil fazer algo e enfrentar a insegurança e o medo.
Um tanto quanto covardes, para dizer a verdade. Afinal, se tivessem feito aquilo que aconselham, não teriam lições a dar, não teriam conselhos a espalhar. E essas frases de efeito não existiriam.
Ou seja, elas nascem da covardia?
E afinal, por que elas não conseguiram seguir seus próprios conselhos?
Porque é difícil ignorar aquela vozinha no fundo da sua cabeça dizendo que aquilo que você quer pode dar errado, é difícil enfrentar o medo de que não consiga aquilo que almeja. Muitas pessoas não conseguem ignorar, não conseguem, simplesmente, dar um passo.
Afinal, arriscar nada mais é do que dar um passo. Driblar uma barreira. Ultrapassar um obstáculo. Qual a dificuldade nisso??
Pura insegurança.
Medo de que de errado, mesmo sabendo que as chances de dar certo são grandes, mesmo sabendo que se não der, você não vai morrer por isso. Você vai crescer e evoluir, porque são nas derrotas que mais crescemos, que mais aprendemos e nos fortalecemos.
E você diz isso, você diz isso para si mesmo e mesmo assim não faz, não arrisca, não dá o passo que precisa, só espera que aquilo aconteça por si só. Que venha até você e que tudo se resolva.
Uma novidade: se não aconteceu ainda então deve ser algum sinal divino de que você tem que agir.
E você sabe disso!
Mas continua parado...

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Respirar



Na linguagem vulgar, respiração é o ato de inalar e exalar ar através da boca.

Facil, não é?
Não!
Não quando parece que tem algo comprimindo seu peito, não quando tem algo te sufocando, algo do qual voce nao consegue fugir, pior, voce acha e aceita o fato que de nunca vai conseguir se livrar desse aperto.
E quanto mais voce tenta, menos ar seus pulmoes recebem e começam a doer, nao só eles, mas seus outros orgãos que necessitam de oxigenio. Seu cérebro fica nublado, seus pensamentos disconexos, seu coração nao bate mais no mesmo ritmo, voce desconhece esse novo ritmo, nao sabe decifrá-lo. Suas ideias se confundem e voce nao aceita o que os outros lhe dizem e aconselham.

Voce fica ali, esperando o momento certo em que virará um vegetal.
Então tudo muda. Seus pulmões se enchem de ar novamente, o oxigenio, que há muito te abandonou, inunda seus poros. Seu cérebro clareia, e seu coração, ainda debilitado, começa a voltar ao normal, mesmo que lentamente, mesmo que ainda um pouco débil.
Voce começa a enxergar e aceitar o que aquelas pessoas, as que estiveram sempre ao seu lado, os ombros e a mãos sempre prontos para te amparar, disseram e aconselharam.
Aquilo que comprimia seu peito começa a se dissipar, voce começa a se libertar. As vezes voce ainda sente essa dor, mas logo ela passa e voce percebe como é lindo o simples fato do ar entrar nos seus pulmões e toda aquela quimica e trocas gasosas acontecendo em seu corpo. Percebe que está livre.

Como é bom respirar!





Às minhas irmãs, amo vocês!